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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

WANDERLEY FRANCISCONI

 

Nasceu em Cabo Frio (RJ) no dia 8 de outubro de 1937. Permaneceu em sua terra natal apenas um ano. Seu pai, pequeno comerciante, passou a residir sucessivamente em vários municípios fluminenses até radicar-se em Volta Redonda. 

Aprovado na Faculdade Fluminense de Medicina (Niterói) e na Faculdade de Ciências Médicas (na cidade do Rio de Janeiro), optou pela última. Já no curso médico, em junho de 1958, prestou prova de Português e Conhecimentos Gerais para o cargo de revisor doJornal do Brasil. Aprovado, lá trabalhou até 1963, quando concluiu o curso de Medicina. 

Foi agraciado com as medalhas José Cândido de Carvalho, Tiradentes e Jubileu de Ouro da Academia Niteroiense de Letras. Além de pertencer à ANL, integra os quadros da Academia de Letras e Artes de Senhor do Bonfim (BA), Academia Fluminense de Letras. Associação Niteroiense de Escritores e Academia de Letras Rio–Cidade Maravilhosa.

 

Livros publicados, todos de poesia: Viagem (com Paulo Batista Machado – 1979), Livro de Maria (1983), Domingo, em meu quarto (1987), Depois do paraíso(1993), Canção de Volta Redonda (1997), que mereceu destaque no Jornal de Letras da Academia Brasileira de Letras em julho de 1999, e Antologia & novos poemas (2005).

 

Foto e biografia: http://www.academianiteroiense.org.br

 

 

 

 

 

POESIA SEMPRE  - ANO 9 – NÚMERO 15 – NOVEMBRO 2001.  Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2001.  243 p.  ilus. col.  Editor Geral: Marco Lucchesi.   Ex.bibl. Antonio Miranda

 

Presença de Graciliano Ramos

I

 

         Do outro lado da mesa

(vai alta a madrugada)

Madalena aparece:

quase um vulto na penumbra.

Realidade?

Fantasmagoria?

Paulo Honório está confuso.

Exilado,

aliena-se de tudo e de todos.
Somente Madalena se impôs, esplêndida,
iluminando as trevas do seu coração.

 

II

 

Na terra calcinada vais em frente,
demandando o horizonte que te acena
com a possível paisagem mais amena
aos mínimos direitos de um vivente.

 

Sertanejo de Euclides, tua mente
adamantina e forte é tão serena,
malgrado o teu pesar, a tua pena
pelo descaso imposto à tua gente.

 

Assim te vejo, Fabiano — amigo
solidário de quem trabalha a terra
e morre à míngua, presa do inimigo.

 

Quisera extintos tantos desatinos,
vendo-os felizes nessa estranha guerra
— a ti, sinhá Vitória e os dois meninos.

 

 

ANUÁRIO DE POETAS DO BRASIL.  2º. VOLUME.    Organização de Aparício Fernandes    Capa  de Ney Damasceno.  Rio de Janeiro: Folha Carioca Editora Ltda., 1977.  496 p. 

Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

         DESTINO

Ao Dr. Walter Kastrup

Sofrer a dor, embora sendo alheia,
velar no peito a voz que não se finda,
levar avante a luz que bruxuleia
por entre as trevas dessa estrada infinda.

Alegra ver que a luta não estanca
o que s faz de bem por essa vida:
a mão que nos esmaga não arranca
a flor que dentro em nós achou guarida.

Felizes somos neste nosso passo,
se percebemos que nos prende um laço
de sutil e profunda afinidade.

Que culpa temos nós se padecemos
no afã de realizar o que sabemos
estar menos distante da Verdade?!

 

 

 

       A FRANCISCO ALVES

Ouvindo-te assim cantar na vitrola,
me deixo envolver pela Fantasia,
e experimento esta melancolia
enquanto penso em ti, Chico Viola.

E tanta coisa vem, e avulta, e rola
diante do meu ser nesta agonia,
que eu fico assim absorto. Dir-se-ia
que a vida é um triste canto que se evola.

E tudo é tão estranho: essa ciência
boêmia de existir... a consciência
do etéreo, do efêmero, do estertor

das coisas gratas quer nós tanto amamos...
Por que, Francisco, nunca rebentamos
de vez o nosso rosário de dor?!

 

 

 

       MÁSCARA MORTUÁRIA DE MACHADO DE ASSIS

O pêndulo parou.
Diante de mim
o Eterno estende
seus longos braços
de tédio.
Para que a luta,
a volúpia, a esperança?
No íntimo das coisas,
a ironia transfigurou0se:
onde estás, Joaquim Fidélis,
que não destilas mais
o veneno da misantropia?
De tudo, porém, restou a verdade:
no ilustre semblante,
a dor legítima
de quem penetrou a fundo
nos subterrâneos tristes
da alienação humana.

 


REVISTA DA ACADEMIA NITEROIENSE DE LETRAS.  Edição Especial 2003.   Impressão: Folha Carioca Editora Ltda.  112 p.  
Ex. bibl. de Antonio Miranda


Soneto de Maricá

A Maria de Carvalho Mendes


Do dia (um dia mais), quero o momento
— equilíbrio do pêndulo da vida.
Girândolas futuras? — fementida
ilusão que se esvai no pensamento.

No cálido janeiro vejo ao vento
o verde do pomar — visão querida —
à clara luz do Sol que me convida
ao súbito prazer do esquecimento.

Um sabiá ao longe é melodia
nesta manhã que canta em meu desejo.
(Já desfalece a flor da nostalgia.)

Se tudo é paz, e nada é de sobejo,
disperso-me na verde hegemonia
deste momento em que me vejo.


Visita a Xavier Placer

Pendotiba. Mês de maio.
Sobre a impávida palmeira,
sonhando ainda em derradeira
bruma, vem rompendo o raio

de sol. E esplende a manhã
em seus verdes santuários:
tiês-sangues e canários
engalam-se do elã

que vagalumes se vê
nas violetas e verbenas,
nas rosas e resedás.

Pendotiba do Placer!
Como esquecer as morenas
aléias de manacás?


Elegia para Gilce Mendes Corrêa

Já não sei se foi em sonho
que eu te vi um dia
Em Volta Redonda.
Sei que eras menina-moça.
Sei que havia doçura em teu sorriso.
Sei que era lindo o céu de flamboyant.
E o tempo passou
e deixou
a nostálgica ciranda.
Agora já não há Volta Redonda
e Cabo Frio ficou triste.
Onde a menina-moça que se fez mulher?
Onde a mulher que se fez ausência?

Na Praia do Forte, as ondas
erguem-se verdes e eternas
e cantam a canção
de sua infância.

À janela uma criança
(rosa em botão de teu olhar)
contempla o teu rosto que esvoaça
no azul da inocência
de um tempo que não dói.

Caminho em tuas ruas amigas
e a voz do vento vem ouvindo.
Ainda agora eu não sei
se mais um sonho estou vivendo...


Canção de um dia de inverno

A Luciano Martins da Silveira


Manhã de julho...
Frio. Neblina.
Nos espaços, o Sol descansa ainda.
Dentro do quarto, a presença
do Passado:
lá estão elas, impassíveis,
as velhas cidadelas.
Quando nasci (bem sei).
Já se armara o espetáculo:
o mundo com os seus poderes,
aparências, fraudulências:
o mundo que, um dia
(desconcerto sem fim),
veio o encontro
ao mais fundo de mim.

Manhã de julho...
Onde a púrpura em taças de cristal?

 

*

       

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Página publicada em junho de 2021

 

 

 

Página publicada em fevereiro de 2019

 

 


 

 

 
 
 
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